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The Intimacy of Femininity: uma continuação do tema

  • mariamanuporto
  • 4 de ago.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 5 de set.

objetos
© 2025 Maizon Magazine. Todos os direitos reservados.

No Volume 1 da Maizon Magazine, escrevi um texto breve sobre um tema que talvez desperte a curiosidade de vocês: a intimidade da feminilidade. Mas, de onde surgiu essa ideia?


Quem convive comigo, sabe que passo boa parte do meu tempo no Pinterest, criando pastas absurdamente específicas (não sou uma desocupada tá? Eu realmente gosto disso). E em um desses momentos — mais precisamente explorando uma pasta só de bolsas e carteiras — a fagulha criativa acendeu.


Comecei a pensar sobre como os objetos falam com a gente. Sobre como escolhemos uma bolsa, uma carteira, um brinco, um objeto decorativo, um perfume, um sabonete… e como, com o tempo, alguns deles (os mais duráveis ou mais afetivos) acabam carregando uma espécie de memória emocional.


Eles se transformam em pequenos guardiões e vigilantes da nossa história. E sem que a gente perceba, vão construindo um legado silencioso, que um dia poderá ser passado adiante para os nossos herdeiros de afeto.


Existe uma beleza poderosa no gesto de possuir algo que nos representa. A escolha de um objeto não precisa ser prática, funcional ou socialmente validada. Muitas vezes, ela é puramente estética, afetiva, sensorial. E é nesse espaço que o consumo deixa de ser apenas um ato comercial para se tornar expressão pessoal. Não consumimos por necessidade e sim por identificação, por narrativa, por um tipo de reconhecimento íntimo. Falar de consumismo aqui seria um exagero: o que escolhemos ter, ou o que nos escolhe de volta, vai além da lógica do mercado e propaganda.


Esses objetos que sussurram promessas, não falam alto, não gritam seu valor, nem exigem atenção. Apenas estão à espreita de um gesto, um olhar, um momento de distração em que finalmente os percebemos, são presenças discretas, mas carregadas de intenção, despertando fantasias silenciosas não com o que mostram, mas com o que fazem imaginar.

Um salto alto que nunca foi usado por exemplo, mas que ainda assim já caminhou quilômetros na nossa cabeça só de pensar em usá-lo com determinada roupa em um determinado lugar, e nunca conseguir! Um batom guardado só para o dia em que algo especial acontecer, um vestido que a gente experimenta quando quer se lembrar de quem é, ou de quem pode ser. Há uma intimidade secreta nesses vínculos: não escolhemos apenas por gosto, escolhemos porque, de algum modo, eles prometeram uma versão de nós que gostaríamos de alcançar.


A construção do desejo feminino raramente é direta. Ela se insinua. É feita de acontecimentos: o que vimos na infância, o que guardamos em segredo, o que aprendemos a amar com o tempo. Um perfume pode despertar lembranças da adolescência. Um caderno bonito pode acender a vontade de escrever algo que nunca foi dito. Um objeto, por menor que seja, pode ser o portal para uma versão esquecida de nós mesmas.


Cada mulher é feita de camadas: de memórias, intuições, vontades que mudam com o tempo, com o corpo, com o humor (na TPM então nem se fala né?). E são nessas camadas que o desejo se instala, muitas vezes de forma imperceptível. Não desejamos apenas o que é bonito ou útil, desejamos o que nos reconhece, o que ecoa uma parte oculta da nossa história. Um objeto pode ser desejo porque nos projeta, nos veste por dentro. Há escolhas que parecem meramente estéticas, mas são, na verdade, respostas silenciosas à pergunta: quem eu sou agora, e quem eu quero ser? Entre o impulso e o instinto, é nessa dança que o desejo feminino constrói seus próprios laços com a intimidade, que mora dentro de cada uma de vocês.


Na Maizon, trato cada detalhe como uma parte da minha identidade. Cada página desta matéria foi pensada como uma extensão desse universo: palavras e olhares que se insinuam como segredos compartilhados entre amigas. Porque o íntimo da feminilidade também mora aí — no não dito, no simbólico, naquilo que escolhemos amar e guardar, sem precisar explicar.


"We are not just ourselves; we are the things and people we love." — Virginia Woolf


04/08/2025

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